Torna-se complexo explicar a situação da “nova guerra” e de crise humanitária que está a atravessar Cabo Delgado. Mais de 3.000 mortes e 750.000 pessoas deslocadas por causa de um conflito militarizado que opõe insurgentes radicais islâmicos contra as forças armadas de Moçambique, empresas privadas de segurança e missões militares estrangeiras. Em segundo plano, as populações prejudicadas pelas elites políticas, diferentes facções do partido no poder, empresários, empresas transnacionais e potências estrangeiras que disputam o controlo da exploração do gás e das pedras preciosas e o negócio da guerra, devido aos quais esta província do norte de Moçambique está a sofrer.

Uma equipa de Gernika Gogoratuz e do Centro de Estudos e Acção pela Paz – CEAP está a realizar um inquérito-entrevista a famílias, em diferentes distritos da província, bem como uma série de entrevistas a responsáveis da ajuda humanitária e a lideranças comunitárias, para a investigação da Ajuda em Acção sobre as “redes e capacidades das pessoas deslocadas em Cabo Delgado”.

Mais um passo na consolidação das propostas de construção de paz que Gernika Gogoratuz quer levar a cabo neste território.